ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-8-2003.
Aos dezenove dias do mês de agosto de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e dezenove minutos, constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da
presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao professor Régis Augusto Marsicano Gonzaga, nos termos do Projeto de
Lei do Legislativo nº 244/02 (Processo nº 3803/02), à entrega do Prêmio Mário
Rigatto ao Senhor Luiz Roberto Stigler Marczyk, nos termos do Projeto de
Resolução nº 116/02 (Processo nº 3795/02), e à entrega do Troféu Destaque Mário
Quintana ao Senhor Bibo Nunes, nos termos do Projeto de Resolução nº 118/02
(Processo nº 3797/02), todos de autoria do Vereador João Bosco Vaz, e à entrega
do Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Iara Mendonça, nos termos
do Projeto de Lei do Legislativo nº 227/02 (Processo nº 3522/02), de autoria do
Vereador Almerindo Filho. Compuseram a MESA: o Vereador João Antonio Dib,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Vítor Ortiz,
Secretário Municipal de Cultura e representante do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre; o Senhor Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre; os Senhores Régis Augusto Marsicano Gonzaga, Luiz
Roberto Stigler Marczyk, Bibo Nunes e Iara Mendonça, Homenageados; o Vereador
João Bosco Vaz, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente
convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em
continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O
Vereador João Bosco Vaz, como proponente da presente solenidade, destacou a
justeza da homenagem hoje prestada aos Senhores Régis Augusto Marsicano
Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz Roberto Stigler Marczyk e Bibo Nunes, externando
seu reconhecimento à contribuição prestada por Suas Senhorias para o
desenvolvimento social e econômico de Porto Alegre, através do exercício das
suas respectivas atividades profissionais. O Vereador Juarez Pinheiro, em nome
das Bancadas do PT e do PC do B, cumprimentou os Senhores Régis Augusto
Marsicano Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz Roberto Stigler Marczyk e Bibo Nunes
pelo recebimento, hoje, das honrarias concedidas por este Legislativo,
comentando, em especial, a relevância do trabalho realizado pelo Senhor Bibo
Nunes junto à mídia gaúcha e elogiando a qualidade da atuação de Sua Senhoria
como jornalista e comunicador. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do
PDT, saudou os Senhores Régis Augusto Marsicano Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz
Roberto Stigler Marczyk e Bibo Nunes, enaltecendo o merecimento demonstrado por
Suas Senhorias em receber as honrarias hoje entregues pela Câmara Municipal de
Porto Alegre e afirmando que os Homenageados demonstram sua força e
determinação através do trabalho árduo e da perseverança em seus objetivos. O
Vereador Pedro Américo Leal, em nome da Bancada do PP, parabenizou os Senhores
Régis Augusto Marsicano Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz Roberto Stigler Marczyk e
Bibo Nunes pelos respectivos Títulos, Prêmio e Troféu hoje recebidos, tecendo
considerações sobre aspectos alusivos às atividades desenvolvidas pelos
Homenageados na Cidade de Porto Alegre, as quais promovem educação,
desenvolvimento, informação e saúde para os munícipes. O Vereador Elói
Guimarães, em nome da Bancada do PTB, elogiou os Senhores Régis Augusto
Marsicano Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz Roberto Stigler Marczyk e Bibo Nunes,
declarando que a Câmara Municipal de Porto Alegre, ao conceder os respectivos
Títulos, Prêmio e Troféu a Suas Senhorias, reconhece a importância de seus
trabalhos nas mais diversas áreas de atuação e de suas lutas para o
engrandecimento econômico e social da Cidade. O Vereador Sebastião Melo, em
nome da Bancada do PMDB, cumprimentou o Vereador João Bosco Vaz pela iniciativa
da presente solenidade, afirmando que os Homenageados fizeram jus ao
reconhecimento deste Legislativo, expresso através da concessão dos respectivos
Títulos, Prêmio e Troféu hoje entregues, em razão da perseverança e da
competência por eles demonstrados no exercício de suas atividades profissionais
e sociais. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, manifestou
sua satisfação em participar da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre aos Senhores Régis Augusto Marsicano
Gonzaga e Iara Mendonça, do Prêmio Mário Rigatto ao Senhor Luiz Roberto Stigler
Marczyk e do Troféu Destaque Mário Quintana ao Senhor Bibo Nunes, comentando
dados acerca da vida pessoal e profissional dos Homenageados. O Vereador Carlos
Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, saudou os Senhores Régis Augusto
Marsicano Gonzaga, Iara Mendonça, Luiz Roberto Stigler Marczyk e Bibo Nunes
pelas honrarias hoje recebidas, expondo aspectos atinentes à atuação
profissional e social dos Homenageados e asseverando que Suas Senhorias obtiveram
sucesso em seus projetos pessoais em razão da dedicação e amor ao que fazem. A
seguir, o Senhor Presidente convidou os Vereadores João Bosco Vaz, Nereu
D’Avila, Dr. Goulart e Pedro Américo Leal a procederem à entrega do Diploma e
da Medalha alusivos ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre aos
Senhores Régis Augusto Marsicano Gonzaga e Iara Mendonça, do Prêmio Mário
Rigatto ao Senhor Luiz Roberto Stigler Marczyk e do Troféu Destaque Mário
Quintana ao Senhor Bibo Nunes, concedendo a palavra aos Homenageados, que
agradeceram as honrarias recebidas. Após, o Senhor Presidente convidou os
presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais
havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os
trabalhos às vinte e uma horas e vinte e dois minutos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pelo Vereador
João Bosco Vaz, como Secretário "ad hoc". Do que eu, João Bosco Vaz,
Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª
Secretária e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Senhoras e senhores,
muito boa-noite.
Fazem parte da nossa Mesa o Dr. Vítor
Ortiz, Secretário Municipal de Cultura, representando neste ato o Sr. Prefeito
Municipal, Dr. João Verle; os homenageados Professor Régis Augusto Marsicano
Gonzaga; Sra. Iara Mendonça, Tia Iara; Dr. Luiz Roberto Stigler Marczyk, e o
jornalista Bibo Nunes.
Faz parte da Mesa também o Sr. Presidente
do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, o Sr. Geraldo Stédile.
A vida nos leva por estranhos caminhos,
e, de repente, nos dá diferentes companheiros de viagem, mas, sem dúvida,
excelentes companheiros de viagem.
Eu tenho certeza de que o Ver. João Bosco
Vaz, quando fez a propositura destas homenagens todas, que são absolutamente
justas e tiveram a unanimidade dos votos dos Vereadores, não pensou que uma
falha no Regimento da Casa, que foi parcialmente alterado, nos levasse a fazer
esta sessão extraordinária, colocando lado a lado pessoas como a Tia Iara, o
Dr. Marczyk, o Professor Régis e o Bibo Nunes. São as coisas boas da vida, que acontecem
de forma imprevisível, mas que realmente faz com que os nossos companheiros de
viagem sejam excelentes.
Convido todos os presentes a ouvirem o
Hino Nacional.
(Ouve-se o Hino Nacional.)
O Ver. João Bosco Vaz, proponente deste
magnífica homenagem, está com a palavra.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Amigos, parentes, pessoas
que comparecem nesta Câmara para prestigiar a homenagem que Porto Alegre faz a
estas quatro pessoas que engrandecem e dignificam a sociedade de Porto Alegre.
Quando digo que a homenagem é de Porto
Alegre, quero dizer que nós, Vereadores desta Casa, somos apenas agentes desta
Cidade. Então, não é uma homenagem isolada do Ver. João Bosco Vaz, até porque
os Projetos foram votados com a unanimidade dos colegas Vereadores. E nós,
nesta Casa, gostamos de reconhecer em vida a qualidade pessoal, a qualidade
profissional, o trabalho que as pessoas realizam para o desenvolvimento da
nossa Cidade.
E vejam os senhores e as senhoras que
hoje estamos homenageando pessoas que não são de Porto Alegre, pessoas que
vieram de outras localidades para que aqui pudessem crescer profissionalmente,
para que aqui pudessem constituir suas famílias e para que aqui pudessem desenvolver
Porto Alegre. Meu colega Bibo Nunes, comunicador, vem de Cruz Alta, longe, uma
cidade maravilhosa; Tia Iara é cariúcha, é carioca mas adotou Porto Alegre,
adotou o Rio Grande do Sul; o Régis vem de Taquara; o Dr. Marczyk, do Alegrete.
Com isso eu quero dizer que nós, que habitamos Porto Alegre, talvez na maioria,
somos oriundos do interior, mas quando aqui chegamos, aprendemos a amar esta
Cidade, aprendemos a reconhecer o que esta Cidade representa para cada um de
nós.
Para a Tia Iara, por exemplo, hoje uma empresária, que gera impostos, que gera empregos, que gera riqueza, eu costumo dizer que ela é um pouco mãe de nossos filhos, também. Já tive a oportunidade de viajar com a Tia Iara, já tive oportunidade de mandar os meus filhos viajarem com a Tia Iara - e vejo aqui a Luci, a Meg e a Nini, que trabalham com a Tia Iara -, e a Tia Iara sempre teve esse tratamento da cordialidade; seus clientes não são clientes, são amigos, são parceiros, são pessoas solidárias que ela cultiva e enriquece com sua amizade. Esta homenagem, Tia Iara, é uma homenagem de coração, que só é possível, também, graças à colaboração do Ver. Almerindo Filho. As pessoas, às vezes, estranham, pois estamos homenageando, numa única Sessão, quatro pessoas. É que cada Vereador tem uma única Sessão Solene por ano para que prestar suas homenagens. Então, a gente costuma reunir os homenageados em uma única Sessão. E podemos conceder um único título de Cidadão de Porto Alegre, mas eu precisava, Porto Alegre precisava reconhecer o seu talento pessoal e profissional. Por isso pedi a colaboração do Ver. Almerindo Filho, e hoje vamos lhe entregar este título.
O Bibo Nunes, comunicador, radialista,
jornalista. Bibo, nós temos algumas coisas em comum; talvez eu seja mais velho
do que tu, mas eu me enxergo muito em ti - e eu acho que vice-versa -, pelo teu
caráter empreendedor, pela tua coragem de arriscar, pela tua coragem de fazer o
novo, pela tua coragem de botar a cara, de apanhar. É disto que eu gosto na
vida, é isto que eu faço na vida: buscar novos espaços, ocupar espaços. De que
adianta viver uma vida sem sentir as emoções, ou das vitórias ou das derrotas;
passar por essa vida apenas por passar, para ver as pessoas fazendo as coisas
acontecerem e nós aplaudindo, Bibo?!
Por isso eu fui buscar do fundo do meu
coração esta homenagem, que os Vereadores aprovaram, e aprovaram por
unanimidade: este teu Prêmio Destaque em Comunicação, pela tua coragem de
empreender, pela tua coragem de fazer amigos, às vezes até alguns inimigos, que
não entendem que há vida fora das grandes empresas, que há profissionais
capacitados para seguirem uma carreira solo, por que não?! Por que não? Está
aqui um exemplo. Parabéns, também, de coração por este Prêmio que te estamos
outorgando.
Doutor Marczyk. O Dr. Marczyk é um caso a
parte: Dr. Marczyk, um ortopedista consagrado, um homem que está no mesmo
patamar dos grandes craques que já passaram pela dupla Gre-Nal. E muitos deles
estão jogando, ou jogaram, graças ao trabalho do Dr. Marczyk. Esses dias eu
estava dizendo, Dr. Marczyk, que o senhor é sinônimo de tornozelo, mas de
tornozelo bom; o senhor é sinônimo de joelho, joelho bom; o senhor, que fez uma
cirurgia, para que pudessem jogar futebol, no nosso Ver. Cassiá Carpes; no
nosso ex-Vereador Artur Zanella; no técnico Sérgio Moacir, no grande Luís
Carvalho, no Celso Roth, no Airton Ferreira da Silva, no Ancheta, no Renato
Gaúcho, e em tantos outros nomes, porque também é um inovador, é um
empreendedor. Eu lembro de 1982, 1983, quando repórter esportivo, fui ao Hospital
de Clínicas filmar uma cirurgia, uma artroscopia do Dr. Marczyk. Eu, que até
então, como repórter, só conhecia a cirurgia de menisco por bisturi – o
paciente ficava um mês parado, 45 dias parado, 60 dias parado. Eu lembro que o
Silmar, lateral direito do Grêmio, fez aquela cirurgia. Às 2 horas da tarde
saiu na cadeira de rodas e em oito dias voltou a jogar. E eu precisava, e nós
de Porto Alegre, reconhecer o talento do Dr. Luiz Roberto Marczyk que anda meio
triste, porque o time do qual é Conselheiro não anda bem. Mas, Dr. Marczyk, não
deixe que isso atrapalhe e envolva o seu emocional. Dr. Marczyk, o senhor é tão
craque quanto os craques que operou, que puderam voltar a jogar graças à sua
competência. Queremos registrar isso aqui. Por fim, Professor Regis Marsicano
Gonzaga, que tem uma das profissões mais belas, mais fantásticas, mais
importantes da sociedade, que é educar através do conhecimento, que é se
relacionar com os jovens, que é saber ouvir - o que nós, pais, muitas vezes,
não sabemos fazer: ouvir os nossos filhos -; na maioria das vezes os filhos não
querem um conselho, na maioria das vezes não querem uma orientação, mas
desabafar, querem conversar. O Professor Régis também é um pouco de pai dos
nossos filhos. Um homem dedicado a essa causa nobre, fantástica, essa causa de
dar inveja, de poder formar cidadãos, de poder instruir pessoas que depois vão
construir a nossa sociedade. Tive a grande alegria de poder fazer um Projeto,
nesta Casa, que foi aprovado por unanimidade, criando a Praça Thiago Gonzaga,
na Medianeira. E, recentemente, fiz um Projeto, também aprovado nesta Casa,
transformando a Fundação Thiago Gonzaga de utilidade pública. Isso muito me
honra, como a todos nós, Vereadores. Outros Vereadores, outros colegas irão-se
pronunciar, irão saudar os nossos homenageados. Deixo aqui um beijo na alma de
vocês, um beijo no coração de vocês, e esta não é uma homenagem do Ver. João
Bosco Vaz e dos demais Vereadores, mas uma homenagem qualificada de Porto
Alegre, que agradece por tudo o que vocês têm feito pelo desenvolvimento, pela
qualidade que vivemos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos a
presença dos Vereadores Beto Moesch, Nereu D’Avila e Elias Vidal.
O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para falar em nome do seu Partido, o Partido dos Trabalhadores, e pelo PC do B.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Não foi fácil para mim chegar até
aqui, hoje, para participar desta Sessão tão singular para esta Câmara e para
esta Cidade, em função do quilate das pessoas que hoje a Câmara Municipal de
Porto Alegre homenageia.
Eu não sou muito dado a participar de
Sessões Solenes, raramente participo e, talvez, seja, de todos os 33
Vereadores, aquele que menos participa de Sessões Solenes. Mas, por essa
iniciativa do Ver. João Bosco Vaz, que tem-se caracterizado pela sensibilidade
quando presta este tipo de homenagem, quando inicia esses processos, eu quis
disputar.
Na Bancada do Partido dos Trabalhadores,
foi um processo longo, que acabou tendo-se decidido, Presidente do União,
Carlos Alberto Pippi da Motta, no sorteio, porque vários Vereadores queriam
participar, inclusive a Verª Margarete Moraes, que hoje aqui se encontra e que,
com muita honra, também aqui represento neste momento.
Eu quero ser sincero aos homenageados ao
dizer que, quando disputei essa indicação, eu tinha a informação de que havia
um homenageado, que era uma pessoa com quem eu tenho uma grande relação e por
quem tenho um carinho especial, que é o Jornalista Bibo Nunes. E eu desconhecia
- quero dizer com a maior tranqüilidade, fazer essa declaração - que, junto com
o Bibo, pessoas tão qualificadas desta Cidade também estavam sendo
homenageadas: Dr. Luiz Roberto Marczyk, que é uma referência não só nacional,
como internacional na cirurgia terciária, à mercê da sua capacitação
técnico-científica; o Prof. Régis Gonzaga, que formou não só profissionais que
hoje engrandecem, profissionais liberais e outros das mais diversas profissões
que, agora, junto com o Rebelatto e outros, participam e engrandecem a
cidadania de Porto Alegre, não só formou profissionais, mas, como já disse aqui
o Ver. João Bosco Vaz, formou cidadãos para esta Cidade; a Tia Iara que, com a
sua atividade profissional, tem propiciado o desenvolvimento do turismo,
agregando o turismo à Cidade, fazendo também com que pessoas possam conhecer
locais os mais distantes e, também, uma atividade econômica que em alguns
países, e nós precisamos ter claro isso, é, na verdade, a maior fonte de renda,
como por exemplo na Europa, na Espanha, em Portugal. Nós também temos que
cultuar isso no nosso país, e Porto Alegre tem que desenvolver também ainda
mais o seu turismo, não só um turismo executivo, mas um turismo que prestigie
outros atrativos que tem a nossa Cidade. Eu peço vênia aos demais homenageados
se eu vou me dedicar a alguns deles, até pelo tempo e pela relação que tenho.
Nós temos, hoje, entre os homenageados tão qualificados, o jornalista de escol
e um ser humano singular, que vem lá da terra de Erico Verissimo, e quem
conhece Cruz Alta sabe que há uma lenda que diz: “Quem bebe água da panelinha
nunca mais deixa de voltar a Cruz Alta.” Eu poderia brincar e dizer que quem
conhece o Bibo Nunes nunca mais deixa de ser amigo dele.
Rebelatto, eu sou uma pessoa de
substantivo; eu não sou adjetivo, mas hoje eu queria ser adjetivo. Eu queria
ter a capacidade de ser menos pedra e ser algo mais volátil, para que pudesse,
neste momento, chamar a atenção de todos os que estão aqui e dos nos assistem
pela televisão do ser humano tão especial que é o Bibo Nunes. Eu queria poder
contribuir, junto com os demais colegas Vereadores que vão usar a tribuna, para
chamar a atenção dos colegas jornalistas, chamar a atenção desta Cidade, chamar
a atenção deste Estado para um jornalista que, afora ser um jornalista de
escol, é um ser humano inigualável. Alguém que respeita o contraditório, alguém
que respeita a pluralidade de idéias, alguém que a todos acolhe e alguém que eu
nunca vi triste; ele deve ter problemas, como todos nós temos, mas o Bibo Nunes
nunca está triste. O Bibo Nunes, para nós, está sempre alegre, mesmo que algum
problema o esteja trazendo alguma dificuldade pessoal ele não transmite, porque
ele só transmite coisa boa. O Bibo Nunes engrandece a imprensa deste Estado, é
um jornalista independente, é um jornalista inteligente, para quem nós não
precisamos aqui, Ver. Isaac Ainhorn, mandar release,
porque quando fazemos notícia, quando fazemos algo importante para a Cidade, a
assessoria do Bibo Nunes imediatamente nos liga e nos convoca para que
estejamos lá na Chácara das Pedras para participar do programa e divulgar, Ver.
Pedro Américo Leal - que é também um dos protagonistas mais contumaz do
programa-, participar do seu programa. Eu queria chamar a atenção do quilate
desse jornalista, porque acho que esta Cidade, este Estado precisam reconhecer
mais. Quem está falando aqui não é um Vereador que quer espaço no programa do
Bibo. Nesta tribuna, eu já fiz crítica a um cronista político desta Cidade, que
não é o Barrionuevo - para deixar bem claro -, é de outra empresa, o fiz aqui
da tribuna inclusive. Nunca mais saí na coluna do dito jornalista e não me
arrependo da crítica que fiz. Portanto, quando faço esses elogios, é porque o
meu coração manda fazer, é porque a minha sensibilidade de Vereador manda dizer
que nós estamos na frente de um jornalista diferenciado, um jornalista que está
fazendo o novo nesta Cidade, um jornalista que precisa receber um espaço maior,
um jornalista que faz esta Cidade maior. Ele veio lá de Cruz Alta, não se
esqueceu da sua Cidade; mas, Presidente Carlos Alberto Pippi da Motta, ele já é
um cidadão porto-alegrense.
Eu quero finalizar falando um pouquinho
sobre imprensa. Fala-se em liberdade de imprensa, Presidente. Liberdade de
imprensa durante o período que alguns chamam de revolução, como o Pedro Américo
Leal - o Coronel -, outros chamam de golpe, liberdade de imprensa não existiu
num determinado período nesta Cidade, quando – eu estou fazendo uma brincadeira
com o Coronel – se retiravam notícias dos jornais e se colocavam receitas de
bolo para fazer uma censura prévia. Mas não existe, também, Ver. Isaac Ainhorn,
liberdade de imprensa quando a própria imprensa se autocensura. E o que nós verificamos
hoje é que temos uma imprensa, e estou falando de forma genérica, que se
autocensura - é pior do que a censura que existiu com o Coronel e seus amigos
militares, porque a autocensura denigre a comunicação, torna as notícias
pasteurizadas, encobre a verdadeira realidade.
No programa do Bibo Nunes não há
autocensura e, o que é o mais interessante, o Bibo Nunes, às vezes - até ele -,
faz crítica aos próprios anunciantes de seu programa. Portanto, é uma pessoa,
Rebelatto, absolutamente diferenciada, a quem eu quero, de público, prestar a
minha homenagem. É um grande comunicador e é, acima de tudo, um ser humano
ímpar, um ser humano fora do comum, alguém que merece esta homenagem.
Parabéns a todos os homenageados, peço desculpas ao demais, sobre os quais não
pude falar, mas eu tinha-me preparado, Tia Iara, para falar no Bibo, e o meu
coração mandava que eu fizesse isso. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra e falará em nome do PDT.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer
que, numa situação normal, o Ver. João Bosco Vaz, que é o autor da iniciativa
destas quatro homenagens, naturalmente poderia falar como o autor da iniciativa
e pelo PDT. Mas a disposição nossa, dos trabalhistas, era tão grande, meu caro
Bibo, em fazer uso da palavra, em se manifestar, que mesmo os demais Vereadores
desta Bancada, especialmente eu e o Ver. Nereu D'Avila, meu fraterno
companheiro de Bancada, tivemos que fazer um entendimento, até porque ele já
havia me solicitado há algum tempo: "Olha, eu quero falar nessa Sessão
Solene, porque está lá o Bibo; o nosso Bibo está lá". Depois, eu tinha me
esquecido e, no anotar, na minha condição de Líder da Bancada, fiz a minha
auto-indicação para falar, consultando nosso João Bosco. Quero que os senhores
entendam que honra é para esta Casa recebê-los, e num público tão seleto e tão
representativo, prestar uma homenagem deste Legislativo a vocês que recebem
este justo reconhecimento e esta premiação. Eu, de outro lado, quero aqui
registrar a singularidade; que felicidade do meu colega, em prestar estas
quatro homenagens, e todos com personalidades de grande força moral, de força
intelectual, de grande representatividade na sociedade porto-alegrense,
rio-grandense e brasileira. Seus nomes são nomes que correm o nosso Brasil.
Todos são vencedores. Se nós procurarmos em cada um, seja no Régis, oriundo lá
de Taquara; do Marczyk, do Alegrete; na Tia Iara, lá do Rio de Janeiro, que
veio para cá como Guia Turístico, em 1975, e aqui se integrou a nossa Porto
Alegre e ao nosso Rio Grande; e o Bibo.
Se nós formos procurar raízes de luta, de
garra, de combatividade, de disposição - e nenhum nasceu em berço de ouro -,
todos, uniformemente, graças a Deus, jovens na maturidade, transformaram-se em
vencedores a tempo de serem reconhecidos pelo conjunto da sociedade. Por isso é
que, há pouco, o João Bosco referia-se a isso, das qualidades e das razões da
escolha de cada um dos homenageados. Todos com uma inserção social, com uma
inserção de presença, de contribuição.
E este público é muito seleto. Vejam o
número de Vereadores presentes, o que não é comum em Sessões Solenes;
normalmente vem o autor e mais um Vereador, não é isso Ver. Pedro Américo Leal?
Às vezes, as pessoas nos questionam sobre homenagens da Câmara para tal ou qual
pessoa, e não há uma unanimidade, não aqui da Casa, mas na repercussão do
conjunto da sociedade; as pessoas nos cobram, mas não é o caso desta oportuna
homenagem em que se reuniram vencedores e pessoas de expressão em cada uma das
suas atividades, e que são unanimidades. O Marczyk, que enchemos a boca quando
podemos dizer: consultei o Dr. Marczyk. Aliás, ele e o Sérgius fecharam o
estabelecimento; o consultório deve estar fechado, porque, a esta hora, recém
eles começam o segundo tempo, que vai até às 23 horas. Então, como nós
diríamos, lá no Bom Fim, fecharam a loja. E como é que fica? Então, a ti, ao
Marczyk, ao Sérgius, ao Régis, que, junto com outro taquarense, o Sérgio,
fizeram esse extraordinário trabalho no Magistério. A homenagem também ao
Régis, à força e ao valor moral da sua conduta, da sua dedicação e a sua luta,
a sua trajetória como homem bem-sucedido na sua área de atuação no Magistério,
mas também ao seu compromisso social manifesto nessa extraordinária ação, que é
a Fundação Thiago Gonzaga. Isso tudo são reconhecimentos e são débitos que a
sociedade de Porto Alegre tem com cada um de vocês. Com a Tia Iara, que é uma
empreendedora, mas uma empreendedora que vende Porto Alegre, que vende o Rio
Grande, que é uma promotora da nossa Cidade, do nosso Estado. E o Bibo, que há
algum tempo atrás me surpreendeu. Eu estava lá num distante rincão com uma
parabólica, e vejo o Bibo no Rede Vida, naquele programa, coordenando um
programa nacional de televisão. Então, esse é o orgulho, essa é a razão maior
desse reconhecimento da Câmara, que consegue expressar o sentimento de
reconhecimento da sociedade porto-alegrense – e, por que não dizer,
rio-grandense? - a cada um de vocês. Parabéns e continuem. E que essa homenagem
a cada um dos quatro sirva de estímulo para continuar o extraordinário trabalho
que cada um de vocês vem fazendo. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo
Leal está com a palavra e falará em nome do Partido Progressista.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente João Dib, demais
membros desta Mesa, devidamente destacados, exaltados, que me dispenso de
enumerar, de citar, prezado público. Saúdo o Professor Régis e sua cruzada
mundo afora, com a esposa, buscando amenizar uma eterna ausência. Não sei se
conseguirá!
A combativa Tia Iara, na sua intrigante missão
de conduzir crianças e adolescentes em jornadas que se dizem comerciais, mas
que não são; são familiares.
O ilustre Dr. Marczyk, cujas façanhas já
chegaram a mim, no campo da Medicina Cirúrgica, operando craques e belas
articulações.
João Bosco Vaz, você não podia deixar de
ser citado, porque essa felicidade é rara. Você conseguiu reunir tanta gente
para homenagear esse punhado de pessoas que está aqui a nossa frente.
Todavia, a minha referência, esta tarde é
a um amigo! Desculpem-me os demais agraciados. E o que é um amigo? É aquele que
fica, que permanece, aquele que critica, com o dedo em riste, nas
exteriorizações antipáticas e sinceras do afeto! Amigo é o que contraria, mas
diz a verdade!
Vinícius de Moraes, o “poetinha”,
opinava, de forma vaga, referindo-se, como homem que era, irreverente que
sempre foi, dizia assim: “Amigo é melhor do que mulher”. Lembram-se disso?
Deitando-se em seu violão, acompanhado por Toquinho, entre alguns copos de
uísque, ele sempre murmurava isto: “Amigo é melhor do que mulher”.
Pensei e rebusquei lá nos meus guardados
intelectuais e acrescentei, finalmente e cautelosamente, uma frase que
explicasse as frases do Vinícius – é uma petulância, mas eu tentei, “por longo
tempo”. Entendem-me? É melhor do que mulher? Por longo tempo.
Velho Bibo Nunes, jovem Bibo Nunes - não
te afobes, eu não vou ficar no velho -, fazes questão de ser moço, que te trate
de moço, penteando as melenas, numa escova que disfarçadamente escondes entre
as pernas, em plenos programas que tu diriges. Mas eu vislumbro porque sento ao
teu lado.
Centenas de noites vamos juntos, o
comando é teu.
Separados por três décadas
na diferença de idade, cuidas de me chamar, respeitosamente, de “coronel” e
“senhor”.
O que distingue o teu
caráter são os limites do respeito, além da vivacidade, do brilho, da natural
capacidade de comunicador, que tens de sobra, que te permite avançar na vida
profissional. És um dos cinco melhores comunicadores do Brasil. Só não cito
quais são os outros.
Nos 15 anos de triunfo em
que te acompanho na TV, o político foi sufocado pelo jornalista, com a vitória
do comunicador, porque andaste caminhando pelas estradas do Direito e da
Comunicação, da Publicidade, do Jornalismo, e vigorou a de comunicador. A
supremacia do Jornalismo sobre o Direito resultou da explosão da tua
personalidade, do teu impulso, da tua garra. E aconteceu! Lá na encruzilhada,
onde se realizam as despedidas, no ajuste de contas das decisões, descambaste
para a mídia. Fizeste bem.
O Vereador de Cruz Alta,
Secretário de Turismo, optou pelo rádio e televisão, e agora arrebatas, na Casa
do Povo de Porto Alegre, o Troféu Destaque Mário Quintana, o poeta das ruas de
Porto Alegre. Dib, tu, que gostas tanto de Porto Alegre, olha aí o Mário
Quintana, eterno hóspede do eterno Hotel Majestic. Apresentador, produtor,
radialista, âncora, “Bibo no 20”, e agora no lançamento bombástico do programa
“Pessoa Muito Importante”, dominas as noites de Porto Alegre, parte do Rio
Grande, exibindo triunfo de muito trabalho e alegrias, no dizer de Álvaro
Moreira: “As amargas, não.”
Triunfo, Bibo, é uma
beberagem que pagamos para os outros, para convidados beberem. O preço é a casa
cheia.
Dizia o poeta e escritor Vargas Villa:
“Nos céus são livres os tigres e os condores, assim como nascem os amores e as
amizades, no início livres... mais adiante, carcomidas pelo cupim da dúvida”.
Intrigas-me, Bibo, como dizia Flores da
Cunha, dirigindo-se a Teixeira Soares. Nunca me pagaste nada, tampouco um
cachê, e te acompanho; um velho acompanhando um moço, numa exploração
geriátrica, estranha e masoquista. É uma nesga de mocidade.
Na calada da noite, arrisco-me sozinho,
dirijo, tomo parte, faturas, levo duas palmadinhas no ombro e volto no dia
seguinte. Como explicar? Amizade, só amizade consegue isso, nada mais.
No “Sete no Ar” – te recordas? – lembras,
batemos o Jô Soares várias noites, lá pelos idos dos anos 90. Já faz tempo!
Paguei-te, no ar, um uísque.
Por que participo, volto, se não busco
nem mais as eleições políticas? A amizade.
O homem só é dúvida quando não manifesta
um interesse. Não sei que interesse ele tem, este homem é uma dúvida. No
silêncio da indagação, o pensamento me vem e me sussurra: “Há de ser pelo
brilho do espetáculo que produzimos, o cair do pano, inebria em todos os palcos
do mundo, e as palmas da platéia, a vaidade que cada um de nós alimentamos”.
Amanhã, o espetáculo prossegue, diria o
patrono do teu prêmio, o imortal que não logrou sentar na cadeira dos Imortais,
Mário Quintana, lá no chá das cinco, na Academia Brasileira de Letras.
Há de ser a procura da eterna mocidade,
assim como buscar o elixir da vida.
No dizer de Mário Quintana, o patrono de
teu prêmio, encerrando com seus versos, “Vamos Viver Enquanto é Tempo: Andem, /
Quero os meus brinquedos novamente, / Pois sou uma criança que ficou / Velha de
repente”.
Ele disse isso.
Bibo, aproveita o sucesso enquanto é
tempo. A vida é assim: um sofrimento que nunca tem fim, mas que sofrimento bom.
A vida vale a pena ser vivida, e você está vivendo a vida, você tem entusiasmo,
tem vibração. Todos já disseram aqui como você conduz o programa, com ânimo,
com força, com amor, com vontade. Parece que você nem sequer deitou, você
continua o programa. Até que surpreendamos, um dia, os primeiros cabelos
brancos, não eu, que já estou careca, aí, Bibo, é o teu pavor. Estamos
envelhecendo. Meu amigo velho, boa sorte!
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra e falará em nome do PTB.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Podemos dizer
que a Casa, hoje, aqui se ornamenta por ver tantas figuras importantes e
bonitas da nossa Cidade, que aqui vêm paraninfar este ato, esta solenidade, no
qual a Casa, Ver. João Bosco Vaz, cumpre um papel de homologação. Tenho dito
que a cidadania, os títulos têm o conteúdo de uma sentença declaratória, porque
estes vencedores já preexistiam, e à Casa cumpre apenas declará-los, porque já
produziram, nos seus mais diferentes campos de atividade, o seu trabalho, a sua
luta para a grandeza, para o engrandecimento disso que chamamos cidade.
Mas o que é cidade? Cidade
é exatamente o que estamos vivendo hoje aqui; aqui está a cidade, aqui estão
seus construtores. À Mesa da solenidade, estão aqueles que constroem essa
realidade magnífica, bela, que é a nossa cidade, a sua história, os seus
momentos.
Então, é um momento alto da cidade quando
a Câmara, pelos seus representantes, tem a oportunidade de saudar seus
homenageados. Temos dito que, quando fala o Vereador, fala a cidade, porque
aqui estão representados, pelos diferentes matizes ideológicos, aqui está
representada, em síntese, a cidade de Porto Alegre. É ela quem está falando
para agradecer às diferentes personalidades que hoje ela homenageia, na figura
de um médico, Ver. João Bosco Vaz, um bisturi dos grandes craques do futebol,
um profissional de alta capacidade técnica na sua área; aqui está a figura de
um professor, de um homem que transmite às gerações futuras o saber, e só por
meio do saber um dia nos libertaremos, também ligado à defesa da vida com a sua
luta contra o morticínio no trânsito, inclusive criando uma instituição; aqui
está uma figura que vem do Rio de Janeiro, mas que carrega no semblante, na
face, a sensibilidade, a alegria, o carinho, o carisma, não só pela sua figura
humana, solidária, mas também pela sua figura carinhosa de “tia”. Assim os
“baixinhos” conhecem a Tia Iara.
E o nosso Bibo Nunes. Bibo Nunes
talentoso, virtual. Eu tenho dito, há algum tempo, até no Programa do Bibo, que
ele tem um carisma. Quem tem carisma traz uma luz na testa. E o Bibo, por assim
dizer, ilumina, Ver. Pedro Américo Leal, o Programa. É um Programa bonito,
alegre, propositivo, sem preconceitos, aqui já assinalado da tribuna, que
encanta a Cidade pela sua versatilidade, pela sua criatividade, enfim, por
todos os fatores que integram a sua atuação como grande comunicador! Bibo, tu
és um grande comunicador nacional! Essa é a verdade! Porque quem produz com
qualidade para a aldeia, produz para o universo, sim.
Então, é um momento altamente
gratificante este que todos nós estamos vivendo aqui, com tantas figuras
notáveis que integram o plenário da Câmara, as galerias, figuras talentosas e
que fazem a nossa Cidade. Então este é um momento extraordinário, no qual
podemos salientar os méritos dos homenageados, que são pessoas que brilham nas
suas áreas, produzindo para a nossa Cidade, e, assim fazendo, estão construindo
isto que nós todos admiramos e que nos pertence, que é a cidade de Porto
Alegre.
Então, todos vocês recebam, em meu nome,
em nome do Ver. Elias Vidal, em nome do Ver. Cassiá Carpes, a nossa saudação e
a convicção de que ainda mais – como se não bastasse o que fizeram - vão fazer,
muito e muito, para a nossa cidade de Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra e falará em nome do PMDB.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Estimado Presidente, Ver. João Antonio
Dib; nossos queridos homenageados já devidamente nominados pela nossa Mesa; Sr.
Secretário Ortiz e especialmente o extraordinário Ver. João Bosco Vaz, a quem
faço questão de cumprimentar “maiusculamente”, porque acho que V. Exa. resgata
e presta justas homenagens reunindo aqui estas figuras que estão nesta Mesa. Eu
também, Ver. Juarez Pinheiro - V. Exa. sabe -, não participo muito de
homenagens, gosto do bom combate nesta tribuna, da boa luta, diariamente, e não
participo muito de homenagens, mas quero dizer que, com muita honra, com muita alegria,
nós estamos aqui, porque acho que isto também faz parte da ritualística do
Poder Legislativo, que debate matérias com profundidade, mas que também tem os
seus momentos de homenagem, de resgatar caminhadas de pessoas que ajudaram a
existir este momento e que contribuirão muito ainda mais com a cidadania de
Porto Alegre.
Queria dizer ao Dr. Marczyk que V. S.ª
está na plêiade daqueles homens que orgulha não só Porto Alegre, mas o Rio
Grande do Sul e o Brasil, portanto eu diria que resgatar essa caminhada da
Medicina é muito oportuno, porque na verdade estamos aqui falando de um
profissional extremamente competente, que é o senhor, e que já operou tantas
pessoas famosas, tantos jogadores. Mas é preciso reafirmar, Dr. Marczyk, que
nós precisamos construir um País em que a medicina seja para todos, porque há
milhares de pessoas que estão na fila de espera neste País, e que,
infelizmente, talvez cheguem à morte sem que chegue a sua vez de serem
atendidas. Portanto, ao fazer esta homenagem, é preciso resgatar a sua
caminhada, porque sei que V. S.ª caminha nessa direção e contribui para que
este País tenha, especialmente nessa área, uma postura diferente.
Ao Prof. Régis, eu gostaria de dizer que
o senhor tem uma bela caminhada como cidadão, como pai, como professor, também
num outro eixo de cidadania, pois não se constrói um país com liberdade, com
justiça, com inclusão, se não houver uma educação para todos, especialmente
para os jovens. Quando esta Cidade homenageia V. Sa., é preciso resgatar também
esse papel do Poder Público, que, infelizmente, não consegue produzir educação
para todos. Ver. João Bosco Vaz, V. Exa., ao homenagear o Régis, ressalta esse
desafio que é de todos nós.
Homenagear a Tia Iara é homenagear o
pequeno, o médio empresário, que produz 70%, 80% da riqueza brasileira, na área
da indústria, do comércio e do serviço, e a senhora representa isso. Os cofres
públicos andam raspados, mas o empresário, o prestador de serviço paga muito.
Mas a senhora faz um papel além de empresária, a senhora é uma vendedora
extraordinária deste Estado magnífico chamado Rio Grande do Sul. V. Sa., que
veio do Rio de Janeiro, eu, que vim lá do interior de Goiás, estamos aqui nesta
bela Cidade que nos acolhe, oriundos de Goiás, do Mato Grosso, de São Paulo, do
Rio de Janeiro. É por isso que Porto Alegre é assim, Ver. Pedro Américo Leal,
fantástica e extraordinária!
E eu olho para o grande amigo Bibo Nunes,
querido Bibo. Ao falar contigo, eu resgato aqui os esteios, os pilares da
democracia. E existe um sem o qual ela não se sustenta: a comunicação e a
liberdade de imprensa. E nisso eu quero focar a minha homenagem a tua pessoa.
Tu és um cara destemido, que tem opinião, que emite a sua opinião, que não
fecha a porta, Ver. Juarez Pinheiro, para o contraditório, o que é fundamental
na vida de uma emissora! Mas tu, Bibo, como milhares de comunicadores, chegas
aos lares das pessoas diariamente. Portanto, a tua palavra tem muito valor. Tu
és um cara que tem uma credibilidade fantástica, que não tem rancor, que gosta
daquilo que faz e respeita quem pensa diferente de ti. E isso me faz te admirar
muito! Por isso nós queremos aqui abraçar os teus amigos, os amigos e as amigas
dos homenageados, os parentes dos homenageados, os senhores todos estão de
parabéns. A Câmara Municipal de Porto Alegre nos oportuniza, por intermédio do
Ver. João Bosco Vaz, esta boa convivência aqui. Ficou difícil falar depois do
Ver. João Bosco Vaz, ficou muito mais difícil falar depois do Ver. Pedro
Américo Leal, mas, quando a gente fala com o coração, a palavra da gente vai
fluindo, ao natural, e as coisas vão andando. Então, um abraço muito fraterno,
Bibo, a ti, aos demais homenageados, e gostaria de dizer que a nossa Bancada,
em meu nome, e do velho MDB de guerra, do companheiro Haroldo de Souza - que não
pôde estar aqui, mas que pediu que transmitisse este abraço a todos os senhores
–, pensa que, com muita alegria e com muito gosto, fomos destacados para esta
missão aqui de homenagear estas justas figuras que tanto têm contribuído para
cidadania de Porto Alegre.
Um abraço fraterno a todos. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio DIB): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra e fala em nome do PSDB.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Boa-noite a todos. Exmo. Ver. João
Antonio Dib, com quem tanto eu tenho aprendido o que fazer e o que não fazer.
(Saúda os demais componentes da Mesa e demais presentes.) Eu estava escrevendo
um discurso para esta oportunidade e precisei me ausentar da Câmara por uma
questão de uma urgência, depois eu voltei e encontrei esta Câmara em festa, com
a presença de pessoas que marcam a nossa sociedade.
Vou começar pelo Bibo. O Bibo tem a
responsabilidade de ser o nosso representante na era da imagem. Aquilo que o
velho Eça descreve no início do Primo Basílio, em 30 páginas, a televisão nos
dá em dez segundos: o primo chegando, a prima já casada. Então ele descreve o
vestíbulo - o que nós chamaríamos de living,
hoje - com grandes detalhes. A televisão, instantaneamente, nos dá a imagem,
tão linda e tão estética, numa série de televisão, ou tão triste e com tanta
desgraça como o dia de hoje no mundo inteiro, quando choramos a perda do
extraordinário brasileiro, um diplomata, Dr. Sérgio Vieira de Mello, que,
trabalhando na ONU, só dignificou a sua função e é vítima da insânia e da
ignomínia. Bibo, esta é a tua missão, e, na alegria diária, nós entendemos
porque nós somos uma Cidade, essa Cidade que tem esquinas, que tem botecos, que
pulsa, que tem vida, que tem inconsciente coletivo, esta cidade que cresce,
pelas suas avenidas previamente traçadas pelos arquitetos, pelos urbanistas,
mas que cresce também na sua anima,
no seu cuore, explodindo, sozinha, e
trazendo até esta Câmara, hoje, essas figuras maravilhosas.
Tia Iara, aqueles dois baixinhos hoje são
meus guarda-costas, têm quase dois metros cada um, e do seu serviço, do seu
trabalho, ficou a admiração e a beleza de uma linda amizade, que eles cultivam
até hoje.
Professor Régis, a minha monografia,
quando fiz formação em Sociologia, era sobre a violência urbana e, dentro dela,
o acidente, o acidente de trânsito, amaldiçoadamente chamado de acidente. O ser
humano teve pressa, ele precisou correr, ele montou num cavalo, ele botou um
elmo, uma armadura para a guerra; hoje nós compramos na agência de automóveis
um elmo, entramos dentro dele e, com muitos cavalos na frente, nós vamos para a
guerra urbana. Eu tenho a convicção de que só há uma forma metodológica de
resolver esse assunto: é pela educação, e cada vez mais. E, se eu puder dizer,
monocordicamente, “educação, educação, educação”, eu vou dizer pelo resto de
minha vida, principalmente sobre a sua trajetória, da qual eu tenho uma pequena
inveja, pelo extraordinário político que o senhor, do meu Partido, é, pela sua
votação, e por um santinho seu que dizia assim: “Alguém, para se candidatar a
algum cargo, tem que ter história.” Eu procuro seguir isso como regra de
político.
Eu estou lendo um livro editado pela PUC
que se chama “Civitas”. É uma revista, uma coletânea semestral. Essa coletânea
traz como título deste semestre A Violência. Essa violência de que nós tratamos
diariamente, seja ela psicológica, seja ela no trânsito, seja ela entre as
pessoas, essa violência muitas vezes é mitigada, de uma forma fantástica, pelo
traumatologista, o traumatologista que fica nos nossos prontos-socorros,
criando e bolando técnicas para resolver as coisas músculo-esqueléticas e das
articulações. Aqui nós fazemos articulações políticas, e lá o Dr. Marczyk trata
das articulações dos seus pacientes. Eu tive a felicidade de criar um prêmio,
Dr. Marczyk, neste Legislativo, que é o Prêmio Mário Rigatto. O Mário Rigatto
era, semelhante ao amigo, professor universitário, era um trabalhador braçal da
Medicina e era uma das cabeças mais privilegiadas. Tenho certeza de que se ele
estivesse vivo, exultaria de felicidade por saber que, hoje, o senhor recebe
este galardão com o nome dele – Professor Mário Rigatto.
E para as quatro pessoas, terei a ousadia
de ler um pequeno poema que escrevi, para entenderem quem os está abraçando
hoje. Esse poema chama-se “Mulher”:
“Teu olhar na foto turva/examina,
desafia,/e plana e chega. Dedos/tateiam curvas gregas, tua geografia
e
cada desvão de quadris. Colinas /empinadas afilam o gris umbelicado,
/acinturado, viola com que afinas/teu canto, sereia que seduz a morna
manhã de um sudoeste. Aí, contorna/e
falseia o seio no auge, rio de rouge, /rosa primorosa, ilhas nas maçãs do
rosto,/por de sol na floresta de teu púbis
festa das ruas. Ouve um pouco
mais,/pernas esculturais, a esquina; ausculta o apelo/deste anônimo glóbulo,
vergonha de vermelho, /que circula sua sina por artérias, artelhos
e sonha quixotesco, na seda de teu
cabelo:/não perde esta graça fina, que grassa suave/
na necessidade deste andar, não
definha,/definitivamente linda, luar por onde caminhas,/
minha cidade.”
É ela que braça vocês. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra. Fala em nome do seu Partido, o PSB.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. João
Antonio Dib dizia: “O último Vereador inscrito”. É importante que os senhores e
as senhoras saibam como se dá esse rito processual aqui da Casa: é pelo número
de Vereadores da cada Bancada, e a minha Bancada só tem eu de Vereador, por
isso que o nosso Partido, quando fala, é o último. Fazia-se necessária esta
explicação.
Mas queremos parabenizar o Ver. João
Bosco Vaz por esta iniciativa de trazer, nesta noite, quatro expoentes da
sociedade de Porto Alegre, da sociedade gaúcha e da sociedade brasileira. Cada
um e uma vivenciando uma profissão, mas todos são astros e estrela.
Dr. Marczyk, eu, que sou oriundo da área
desportiva, Professor de Educação Física, sei que o senhor é um dos paradigmas
da Medicina Desportiva. Sempre quando se fala no senhor, é uma referência, e
podemos dizer que o senhor é uma referência mundial. Isso muito nos orgulha.
E olhando, agora, o Garbarski, ontem, ele
dizia que o seu time tinha que mudar, mas – vou acrescentar – em Medicina, o
time está craque.
Professora Iara, Tia Iara,
a senhora é uma mulher do turismo, mas que consegue, com a sua seriedade e
competência, aquilo que se diz junto à criança, que é o bem cuidar. E esse bem
cuidar, para quem conhece o turismo e sabe da importância de conhecer outros
mundos, sabe que isso não tem preço, porque isso é um alto investimento. E essa
é uma questão que, cada vez mais, temos que investir e valorizar na nossa
cultura. Por isso, quero parabenizá-la por essa sua maneira de ser, de fazer da
sua ação diária um novo modelo, um modelo que encanta e seduz aquelas milhares
e milhares de crianças, hoje, de todas as faixas etárias, que a senhora pegou
pela mão e conduziu a um mundo novo.
Meu amigo Bibo Nunes, eu, que te conheço
há muitos e muitos anos, como jornalista, como político, como empreendedor, e a
cada dia que passa, Bibo Nunes, tu estás melhor e mais moço. Tu és daquelas
pessoas, e aqui foi dito, do político Bibo Nunes... E irão dizer: “A questão da
política, o Garcia passou.” Mas tu tens luz própria, tu consegues, como
comunicador, oportunizar a todos e ao mesmo tempo dizer: “Quem quiser
contrapor, aqui no meu programa, tem espaço.” Isso é importante, porque nós,
que vivemos o dia-a-dia da questão política, temos que aprender a viver e
conviver com o contraditório, saber que nas divergências é que crescemos.
Então, Bibo Nunes, queremos te parabenizar e desejamos que continues sempre com
essa tua luz, porque o jornalismo do nosso Estado, do nosso País precisam
disso.
Professor Régis - que conheço há tantos e
tantos anos, desde a época em que nós ainda tínhamos cabelo -, também tentaste
a questão política e sabemos que tu tiveste, na época, uma brilhante votação, e
só por não ter coeficiente eleitoral não sentaste aqui. Mas, ao mesmo tempo, o
cidadão que hoje está recebendo esse prêmio, Régis, é também um prêmio da tua
trajetória, do curso Unificado, mas também é um prêmio dedicado à tua esposa e
aos teus filhos pela Fundação Thiago Gonzaga. Tu consegues passar essa figura
macro de professor, uma figura de pai, de amigo, e sempre com aquela
interlocução calma e pausada, que eu conheço de muitos e muitos anos. E eu vou
sair daqui para dar aula, porque tu sabes que eu sou professor universitário e
tenho que me dirigir lá para o nosso IPA. Então, eu quero, de maneira rápida e
sucinta, Presidente, o senhor sabe que eu sempre cumpro o horário, parabenizar
os senhores e a senhora por serem empreendedores, vencedores bem sucedidos, e
sabemos todos, por que eles são empreendedores e vencedores bem sucedidos,
porque fazem aquilo que gostam. Portanto, curtam este momento mágico. Hoje, o
dia é de vocês. Parabéns! (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convido o Ver. João
Bosco Vaz e seus companheiros de Partido, o Ver. Nereu D’Avila e o Ver. Dr.
Goulart, para, juntos, fazerem a entrega dos prêmios aos nossos agraciados.
Em primeiro lugar, recebe o Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre o Prof. Régis Augusto Marsicano Gonzaga.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
A seguir, recebe o Título Honorífico de
Cidadã de Porto Alegre a Sra. Iara Mendonça, Tia Iara.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
Na seqüência, recebe o Prêmio Mário
Rigatto o Dr. Luiz Roberto Stigler Marczyk.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
Finalmente, recebe o Prêmio Destaque
Mário Quintana o Jornalista e comunicador Bibo Nunes.
Ver. Pedro Américo, solicito a presença
de Vossa Excelência.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
Agora sim, chegamos ao momento mais
importante desta Sessão Solene, que reuniu tantos amigos dos nossos
homenageados e tantos Vereadores.
O Professor Régis Augusto Marsicano
Gonzaga, o novo Cidadão de Porto Alegre, está com a palavra.
O
SR. RÉGIS AUGUSTO MARSICANO GONZAGA: Gurizada, antes de
aplaudir, pensem bem, a partir de amanhã, vocês não poderão mais me chamar de
colono.
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não preciso
dizer para vocês a emoção de alguém que vem da colônia quando recebe esse
Título. Mas também não posso negar que ele sempre traz algumas dificuldades;
esse tipo de evento sempre complica, principalmente para mim, eu não tenho
roupa. Quem me conhece sabe que o meu guarda-roupa é formado por seis ou sete
camisetas, alguns moletons e umas calças de brim. Meu amigo Fontoura até se
ofereceu para ir comigo numa loja comprar uma fatiota, só que, quando ele falou
em fatiota, eu disse: "Não, isso eu não quero." A segunda grande
dificuldade - e essa a maior dificuldade – é que eu sou professor de
Matemática, isso é terrível, nós não sabemos construir uma frase direito, a não
ser que tenha seno, co-seno, ou logaritmo. E convenhamos, eu falar em logaritmo
às 20h30min para vocês que estão desesperados por um boa janta, seria uma
tragédia. Tentei recorrer ao meu irmão - o Prof. Sérgius, habilidoso com as
palavras. O problema é que ele está trabalhando em seis ou sete empregos para
manter as suas famílias; perdi a coragem! O que fazer em uma hora dessas, a não
ser falar um pouco sobre a minha vida? Vida de taquarense, que nasceu em 1950;
minha mãe, mais tarde, veio me contar: um bebê horroroso, 56, 58 centímetros,
pesando 2 quilos e 900 gramas. Ela me disse que chorou quando me abraçou.
Claro, ela me disse, mais tarde, para dizer: como uma criança tão feia poderia
ter se transformado em um homem tão bonito. Mãe é mãe! Pois essa mãe era
professora, e professora primária, vocês sabem o salário de uma professora
primária; nunca vi ela se queixar do seu salário, ela sabia que isso era uma
missão. E foi isso que ela me passou, que o professor tem de construir sonhos;
professor tem de vender ilusões. E eu tive a prova de que ela estava correta,
quando, como voluntário, fui trabalhar lá na Penitenciária do Jacuí, com muito
medo. No primeiro dia de aula, perguntaram-me se eu queria um segurança para
poder dar aula, e eu, para dizer que não estava tremendo, disse: “Não, claro
que não.” Entrei na cela, e quando olhei para aqueles quarenta ou cinqüenta
detentos, me assustei, não virei para o quadro a aula inteira. Para tentar
quebrar o gelo, perguntei: o sonho de vocês? E eles não tinham nenhum sonho. E
um deles até me disse - deve ter lido em algum almanaque: “Professor, nossos
sonhos são como castelos de cartas; o primeiro vento vem e derruba todos eles.”
Dois anos depois, quando abandonei o presídio, todos tinham um sonho. A maioria
queria fazer faculdade, não preciso dizer que de Direito, provavelmente, para
se defender; mas não importa, eles tinham um sonho.
O primário foi feito abaixo de tranco e
barranco. Minha mãe tinha que me levar me arrastando pela mão até a esquina, e
ainda me dava umas duas palmadas finais, para eu poder ir para o colégio. Eu
não admitia ficar preso em uma sala de aula, se eu queria era jogar futebol.
Fiz o ginásio industrial, e aí a grande opção: ou continua fazendo o 2º grau,
ou vai trabalhar com o pai. O meu pai tinha uma pedreira. Não é porque eu
gostasse de estudar, mas porque eu sabia que na pedreira era muito pesada, eu
resolvi continuar, era a opção mais fácil. E vim para Porto Alegre para fazer o
Parobé. Senhores Vereadores, lutem pelas escolas técnicas, elas mudam as vidas
das pessoas! Por que a Restinga não tem uma escola técnica? Por que o Sarandi
não tem uma escola técnica? Chega de doutores, o Brasil tem demais! (Palmas.)
Fiz o Parobé, mas não era o meu mundo, e aí fui fazer faculdade e, como todo o
jovem, como a maioria dos jovens, quando não sabe o que quer, ou faz
Administração, ou faz Direito. Eu fui fazer Administração. E aí, mais uma vez,
pela mão do Sérgius, que àquela
época dirigia um supletivo na antiga Faculdade de Filosofia, curso Franklin
Delano Roosevelt, não vou me esquecer do nome, foi muito importante. Um
professor foi viajar, fazer um curso, e ele perguntou se eu não queria
substituí-lo por um mês. Eu entrei e nunca mais saí.
Ser professor é fabuloso - e não é só
isso – Franklin me marcou por muito mais. Além de ser o meu primeiro emprego
como professor, foi lá que eu conheci a Diza. E, coronel, eu lhe respeito
muito, mas eu prefiro muito mais a minha mulher do que qualquer amigo.
(Palmas.) A vida foi muito boa comigo. Quando eu cheguei em Porto Alegre, eu
ganhei um novo irmão, o Português. Eu era colono e ele era português. Nós dois
éramos motivo de deboche. Tínhamos muito em comum. Manuel, parte deste Prêmio é
teu. Tu és um amigo de fé para todas as horas. (Palmas.) Da vida profissional
eu acho que não preciso falar mais. A não ser prestar uma homenagem ao meu
segundo irmão, que a vida me deu, Professor Ênio Roberto Kaufmann. Cara, nos momentos mais difíceis
também tu foste fatal. Tu és o amigo, és o irmão. E eu tenho três. O terceiro é
aquele que faz os discursos eventualmente, quando pode; ultimamente não tem
podido. Gente, Porto Alegre me recebeu de braços abertos. É aqui que eu
trabalho, é aqui que o Unificado existe, que os Colégios Leonardo existem, que
os Terceirões do Unificado existem, que o nosso Supletivo funciona. Porto
Alegre sempre foi muito generosa comigo. Tenho muito orgulho de ser
porto-alegrense, hoje Cidadão Porto-Alegrense. Mas aqui também eu tive a maior
dor que um pai pode ter na vida. Há sete anos atrás, eu recebi um telefonema,
às cinco da madrugada, avisando que o meu filho tinha participado de um acidente.
Mas pelo fato de ser professor, a gente sempre é muito conhecido, está na
mídia, professor de cursinho, porque não tem Rede Globo. E eu, imediatamente
botei as calças e o moletom e, dois minutos depois, o telefone tocou de novo, o
mesmo taxista, que até hoje não consegui agradecer, dizendo: “Professor, eu
estou-lhe enganando, venha para cá que o seu filho está morto”.
Eu não preciso dizer para vocês o que
significa, e o coronel Pedro Américo expressou muito bem, é a dor que nunca vai
passar; a vida passa a ser vivida em preto e branco.
Eu tenho mais cinco
filhos, que estão aqui presentes, tenho mais dois genros que aqui estão
presentes – e até queria também repartir com eles -, a Larissa, a viajante; o
Thiago, continua sendo filho, esteja onde ele estiver, ele está assistindo e
deve estar feliz: “Ó véio, deixou de ser colono”; a Carol, minha administradora
familiar; ela é quem controla o dinheiro, porque eu sou um desequilibrado; a
segunda geração, que veio com a Paula, no começo Paulinha, agora já Paulão;
Gerson; Vicente. Vocês que fazem a gente continuar vivendo. Vocês que também
são responsáveis, porque, se não fossem vocês, a gente não faria tudo isso. A
Diza, eu não preciso falar, eu estou com ela há 30 e tantos anos, nos falamos
todos os dias, todas as noites. Esta mulher me tirou do buraco, na hora que eu
mais precisava. Todos pensavam que ela fosse desabar e quem desabou fui eu. Eu
era professor, e do Thiago, e cada jovem daqueles é um Thiago para mim. E ela
me mandou de volta a trabalhar: “Não quero marido em casa!”. Bem que ela fez.
Jovens aqui presentes: vocês não se dão
conta, porque vocês são jovens, mas a energia que eu tenho, eu roubo de vocês.
Vocês têm muita, um pouquinho de cada um não vai fazer muita diferença, espero
eu. Mas estou confessando: eu continuo vivendo, porque vocês me passam essa
energia.
Eu vou encerrar, muito obrigado a todos,
obrigado aos Vereadores; João Bosco, tu és um amigo da vida. O que tu fizestes
pela gente valeu a pena. Muito obrigado. (Sic.) (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vejo que estava
certo quando disse que o momento mais importante começava a acontecer.
A Sra. Iara Mendonça está com a palavra
A
SRA. IARA MENDONÇA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Depois de um
professor maravilhoso, da vida, é difícil falar, é covardia, mas vamos lá; eu
gosto de dizer sempre o que se passa no meu coração.
Também tive uma infância linda. Aos 4
anos de idade, muito magra, muito feia, no Rio de Janeiro, meu apelido era
“esqueleto de macaco podre”, meu pai me ensinou, lutando no esporte, a me
erguer e me fazer mulher. Aos 15 anos, eu já era considerada uma miss, estava bem melhor do que quando eu
era bem magrinha, pesando quase 29 quilos.
Eu tive uma infância muito bonita, porque
meus pais souberam realmente me passar um exemplo de vida. Não sei fazer
discurso; não sou muito bem dotada, como o grande professor Régis, que nós
conhecemos há tantos anos, porém tenho de agradecer a minha infância, quando
comecei com a família Sales, minha querida família Sales, indo para a fazenda,
descascando 100 pêras para fazer doce. Todos passamos uma infância feliz.
Depois, professora, aos 17 anos, no Rio
de Janeiro; 33 anos de magistério. Meus 7 últimos anos foram como diretora num
dos maiores colégios do Rio de Janeiro. Campeã brasileira, sul-americana,
recordista carioca, fazia esportes para melhorar um pouco a beleza – embora eu
ache que a gente tem mais uma beleza interior e principalmente aquela que vem
da sobrancelha para cima.
Eu tenho uma filosofia de vida e peço
para ler aquilo que meu pai me deixou; minha mãe, lamentavelmente, mês passado
nos deixou, mas eu sei que ela está do meu lado. (Lê.)
“Sempre fui dos desafios. Alguns homens
constroem cidades,... o restante vive nelas
/ Alguns homens planejam vias expressas... o restante dirige nelas/ Alguns
homens erguem arranha-céus... o restante mora neles/ Alguns homens montam fábricas...o restante trabalha
nelas/ Assim como estes poucos escolhidos, o sucesso virá para aqueles que se
atrevem a ser pioneiros...aqueles que constroem as fundações e as grandes
superestradas, para atender às necessidades da raça humana./ Desenvolva dentro
de você mesma, minha filha, a mesma grandiosa obsessão de ajudar os outros a
ajudarem a si próprios e motivar pessoas a desenvolver e usar o máximo do seu
potencial, e você as ajudará a construir as mais sólidas fundações e as maiores
superestruturas em suas vidas”.
Quando eu resolvi realmente montar a agência,
sempre contei e agradeço aqui a presença de todas as companhias áreas, meus
amigos operadores, meus assistentes de seguro, Marcinha, todos os presidentes
das ABAVs, que eu tive o prazer e a honra de conhecê-los, aqui têm três Dr.
Izatto, Dr. Mário Dick, Presidente
atual da ABAV, Dr. Abraão Filkenstein, que me chama de “tratorzinho”.
Realmente, hoje, embora também vou pedir, como o Professor, mais segurança, que
eu não tenho vida de “sete gatos”, eu já passei por duas, e realmente a
segurança é a coisa mais importante para mim. Eu posso dizer aos senhores que,
hoje, eu estou recebendo uma das maiores homenagens da minha vida. E a maior
felicidade foi quando eu escolhi um homem gaúcho para casar. Obrigada, Marcelo,
e obrigada a todos.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agora teremos a
satisfação de ouvir o Dr. Luiz Roberto Stigler Marczyk, que recebeu o Prêmio
Mário Rigatto.
O
SR. LUIZ ROBERTO STIGLER MARCZYK:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Como é comum nas cerimônias
de premiação, temos que, em poucas palavras, conseguir agradecer muito àqueles
que nos ajudaram a receber esta importante honraria. Ainda bem que o tempo é
curto para um discurso, pois é muito difícil falar ao receber um prêmio que leva
o nome - não de um grande médico e professor -, mas, mais do que isso, de um
excelente orador que foi o Dr. Mário Rigatto. Quero agradecer, em primeiro
lugar, ao Ver. João Bosco Vaz, por ter partido dele a nossa indicação para este
Prêmio, e aos demais Vereadores por terem aprovado o nosso nome. Como muita
gente aqui sabe, sou um orgulhoso alegretense. Casei-me com uma bela
alegretense e tive três filhos, todos do Alegrete. Para os alegretenses, a
definição de mundo é a seguinte: “Mundo é um grande ponchaço de terra em volta
do Alegrete”. Mas, depois de morar por 7 anos em São Paulo, resolvi escolher
Porto Alegre para ser a minha moradia definitiva, pois foi esta Cidade que
acolheu os meus avós paternos, humildes poloneses que aqui se instalaram no
início do século passado. Agradeço a esta terra, pois, apesar de extremamente
pobres, tiveram aqui um filho e conseguiram torná-lo um médico, formado pela
Faculdade de Medicina da UFRGS, em 1945, mesmo que tivesse que, para isso,
fazer chaves nas horas vagas para conseguir comprar os livros que precisava
para aprender a nobre arte. Por outro lado, adoro essa Escola de Medicina de
Porto Alegre, onde estudaram meu pai, minha mãe, eu próprio, minha filha mais
velha e hoje estuda o meu filho mais novo. Essa Faculdade é um portento de 105
anos de idade dedicados à formação de excelentes profissionais. Meu trabalho
nela é um pequeno pagamento pelo muito que ela fez por nós. Voltei para Porto
Alegre, apesar de ser professor da Faculdade de Medicina da USP, de São Paulo,
porque não podia ficar longe de uma paixão, paixão que surgiu na minha
adolescência e se transformou quase numa obsessão para mim que é o Grêmio
Foot-Ball Porto-Alegrense. (Palmas.) Encontrei, também, na minha volta de São
Paulo, uma casa que me acolheu muito bem, onde cresci, vivo, trabalho e
pretendo envelhecer, que é o respeitado Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
onde pude aprender, ensinar, pesquisar e ajudar os pacientes que necessitavam
de mim. Com orgulho, ajudei a criar, junto com o Prof. Walter Koff e outros,
uma Fundação Médica de Auxílio a esse Hospital, para que esse possa crescer
mais e mais e continuar atendendo a essa população que tanto necessita e
merece.
Pediria uma atenção especial aos Srs.
Vereadores para com a Saúde da nossa Cidade. É necessário que o Hospital de
Clínicas assuma um papel mais relevante e tenha um melhor entrosamento com a
nossa Prefeitura.
Quero, também, agradecer aos médicos que
labutaram e labutam comigo, pois o seu apoio, incentivo e estímulo foram
importantes para o desenvolvimento do meu trabalho. Se mereço este Prêmio,
muitas das razões estão nestes agradecimentos à cidade de Porto Alegre, ao
Clube que me promoveu, ao Hospital que me acolheu, à Faculdade que me ensinou,
aos professores e colegas que me ajudaram e, sobretudo, aos meus familiares.
Falando neles, gostaria de pedir
desculpas pelas horas de convívio que soneguei deles para me dedicar à
Medicina. Mas a minha esposa tem consciência de que eu, sem ela, nada
conseguiria, pois todos sabemos que há sempre uma grande mulher por trás de
todo homem que alcança o seu objetivo. (Palmas.) Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
O jornalista e comunicador Bibo Nunes, que recebeu o Prêmio Mário Quintana,
está com a palavra.
O
SR. BIBO NUNES: Sr. Presidente, demais Vereadores,
assistência, meu agradecimento especial a este nobre colega de profissão, Ver.
João Bosco Vaz, por ter feito esta proposição, aprovada nesta Câmara, por
unanimidade, onde fui escolhido como Destaque em Comunicação no ano de 2003.
Muito obrigado, nobre Vereador, e muito obrigado aos demais Vereadores, pela
unanimidade. Eu sou acostumado a entrevistar e falar de mim, por incrível que
pareça, é muito difícil. É bastante difícil, ainda mais quando vejo pessoas, na
platéia, que ajudaram em muito no pouco que eu sou. E eu gostaria de dizer aqui
mil vezes o nome de cada uma das pessoas que aqui vieram me apoiar, neste
momento tão importante da minha vida.
Eu fico louco para falar o nome das
pessoas, mas vou esquecer alguém. É um dilema! Mas saibam todos vocês que aqui
estão, e os que estão aqui também para homenagear os demais convidados, que
vocês “moram no meu coração, não pagam aluguel e jamais serão despejados”.
Adoro todos vocês porque vocês muito me incentivaram naquela luta. Aquele guri
que veio de Cruz Alta. E aqui está um cruz-altense, o “Gaúcho da Copa”, que
está aqui para nos prestigiar. Muito obrigado, Gaúcho. Lá de Cruz Alta, com uma
fitinha, de rádio em rádio: “Sai para lá guri”. Ninguém conhece. Fitinha. Vai
de novo, vai de novo. Até que, um dia, não tinha ninguém para botar, lá vou eu
para a Rádio Universal e tento começar uma carreira.
Depois fui para o interior, para a TV
Cruz Alta, La Rádio. Vim para Porto Alegre, para a TV Bandeirantes, depois, TV Guaíba.
Vejam como são as coisas da vida, quando
vim para Porto Alegre, começando na TV pela Bandeirantes, eu fazia um
noticiário. Pensavam que eu era bom para fazer telejornal. Na RBS-TV, no
interior, fazia Jornal Nacional e transmissão local. Aí, 6 da manhã - eu
acordava às 5 horas – anos atrás, ia fazer o Jornal da TVE. Eu, o Mendes
Ribeiro Filho, os câmeras e, certamente, um ou dois telespectadores. Foi o
primeiro jornal da manhã.
E, 10 anos depois de eu
estar lá acreditando, batalhando e fazendo aquele programa de madrugada, eu era
o Presidente da TVE. Jamais imaginava chegar à presidência, aquele guri de Cruz
Alta. Isso eu devo muito ao Dr. Alceu Collares e à Dona Neuza, que aqui está,
por terem acreditado naquele jovem de Cruz Alta... (Palmas.) E que acredito que
tenha tido um bom desempenho, porque, pela primeira vez, uma TV Educativa, no
Brasil, venceu a Rede Globo e a RBS local. Isso por um trabalho de equipe, que
é o que pauta o meu trabalho, tanto em rádio como em televisão, sempre equipe.
Como a equipe que aqui está gravando a Câmara, a Lumiere, que trabalha comigo;
como a equipe da Start Vídeo, que trabalha comigo. Saber dividir as tarefas, é
isso que sempre fiz. Por isso, este Troféu não é de Bibo Nunes, é de todos os
que me apoiam. Nessa trajetória, muitas pessoas me incentivaram. Vou tentar,
aqui, falar de algumas; vou esquecer, mas não me contenho, não me contenho,
Coronel, não tenho como me conter, Coronel!
Quando comecei na rádio, o que foi
difícil, tive um apoio brilhante, da Ana Zimmerman, que aqui está. E começou o
programa da Pepsi. O único na Pepsi, contratado, era eu. Por doze anos tivemos
a liderança no IBOPE em rádio FM. Muitos eventos jovens eu fiz por aí. E, para
a moçada que aqui está, pelo Professor Régis: nesse tempo todo, fazendo e
animando festas jovens, nunca bebi e nunca fumei, muito menos usei droga. Para
provar que droga não leva a nada, nunca dependi disso, e acredito estar dando
certo nunca ter bebido, fumado e muito menos usado drogas. Rádio Universal com
a Pepsi, foi um bom momento, excelente momento, “borbulhantes da Pepsi”, olha,
época de jovem. Passando o tempo pensei: “Olha, comunicador jovem acaba, eu
tenho que partir para outra”. Aí, na TV Guaíba, abri o meio-dia da TV Guaíba,
sempre com programas independentes. Minha sina foi essa, nunca peguei nada de
mão beijada, sempre abrindo meus espaços, sempre “não tem aqui, vamos fazer”. E
consegui! E muitas coisas ainda virão!
A nossa TVE, que foi motivo de orgulho.
E o Canal 20, que, quando eu cheguei para
falar com o Rocco Donadio, eu pensava que faria no máximo por três meses.
Obrigado a você, Rocco, por ter acreditado. Hoje diretor da NET para toda a
Zona de Caxias, veio de lá especialmente para esta homenagem, assim como o Luiz
Otávio, diretor da NET. Fico muito feliz com essa deferência.
E sobre aquele programa no Canal 20, o
canal a cabo, em que praticamente ninguém acreditava, como chamar a atenção? A
inovação, a criatividade nos dão a certeza de novos tempos. É necessário ousar
e criar. E como? Eu, que tinha sido presidente da TVE, fazer como para entrar
no mercado? “Vamos dar um peitaço, colocar um programa a cabo, diário, ao vivo,
o primeiro do Brasil.” Para isso precisávamos de um parceiro. Fui ao Shopping
Iguatemi e lá estava, como está aqui, Fernando Monte da Rocha, o homem que
levantou o Shopping Iguatemi e acreditou em mim. Obrigado Rocha, acho que esse
programa está dando certo, porque hoje o Canal 20 é o maior canal independente do Brasil; nós somos parâmetro para todo
o País; são 150 mil assinantes.
Depois o que me chamou muito a atenção, e
eu não acreditava, é que botei um programa com o meu nome, acho que tinha um
razoável nome, Bibo no 20, em que eu fazia entrevistas. Com o tempo, pessoas de
proa da comunicação, da sociedade de Porto Alegre vieram se somando a esse
programa. Eu não acreditava como é que as pessoas - tantas que passaram pelo
programa - de talento reconhecidíssimo aceitavam participar de um programa que
tinha o meu nome! Eu tenho de ser muito humilde, tenho de estar agradecendo
sempre, diariamente, a todos, porque eu não sei como é que eu estou conseguindo
fazer isso. Nós temos uma plêiade: o Garbarski, o Coronel, a Milka, a D. Neusa,
o Governador Collares, que era o meu Governador da TVE, e hoje faz parte dos
comentaristas. Então, eu não tenho como agradecer, sinceramente!
Depois, a vontade de vencer, de crescer,
daquele guri que veio de Cruz Alta. Lá fui Vereador, o mais jovem Vereador;
Secretário de Turismo. Vim de uma família de políticos: meu tio foi Deputado
cassado; meu outro tio, Desembargador Gomes Nunes, foi Presidente do Tribunal
de Justiça; meu pai foi Vereador, foi Prefeito de Cruz Alta. E aqui está ele,
hoje, vendo seu filho, que foi Vereador, na Câmara de Porto Alegre sendo
homenageado. (Palmas.) Quem vem do Interior - e de Cruz Alta -, sabe o quanto
isto é importante.
Eu quero agradecer também à Rede Vida de
Televisão, ao Antônio Lacerda, por ter-me dado oportunidade de fazer o primeiro
programa nacional aberto para todo o País, feito no Rio Grande do Sul, sábados,
das 11h à meia-noite, mostrando os gaúchos para o Brasil. Chegamos a três
pontos de audiência. E em breve voltaremos com esse programa, porque é o Rio
Grande, é o orgulho, é aquela vontade de vencer, de mostrar, de agradecer a
cada um de vocês que acredita em mim, que faz com que voltemos à Rede Vida para
mostrarmos Porto Alegre para o Brasil!
Outro momento importante que faz com que
eu tenha chegado aqui, tenho certeza, foi o primeiro programa a cabo em rede no
Sul do País, o Bibo Show, que fizemos para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e Paraná. O programa deu tão certo que, em Londrina e em Maringá, era exibido
em tevê aberta. Eram 35 repetidoras – o Rocco lembra disso, era aquele monte de
fitas e eu lá, levando.
Também... (Pausa.) É que eu só sei falar
de improviso, Coronel. Onde eu anoto alguma coisa, não dá certo.
Quero agradecer também às pessoas que
acreditaram, aos patrocinadores. São tantos os patrocinadores, e todos com bom
retorno! E agradecendo a um patrocinador, eu quero agradecer a todos. É um
grande patrocinador, é uma empresa que é orgulho de todos os gaúchos, uma
empresa séria, com credibilidade: meus agradecimentos ao Grupo GBOEX Confiança.
Aqui estão o Wortmann, o Mauro
Pinto, o Carneiro, todos eles. Eu fico muito feliz por um respaldo dessa natureza.
E anotei aqui alguns agradecimentos que
eu não posso esquecer: ao Rocco, à NET, ao GBOEX.
E o meu novo filho que está nascendo?!
PMI, tem que ser diferente! Quem não conhece VIP? VIP. Como diz o Rebelatto,
anglicismo para quê? Vamos cultuar o Português: em vez de VIP - Very Important Person -, PMI - Pessoa
Muito Importante.
Como fazer emplacar esse programa?
Felizmente surgiu! Quando tem que ser, as coisas acontecem, eu acredito em
destino. Maktub: estava escrito.
Porto Alegre, para quem não sabe ainda, é sede hoje e detém o primeiro triple way, do Sul do País, que é o
Carlos Gomes Center. Orgulha qualquer cidadão gaúcho termos uma obra daquela
magnitude.
E aí me ligou o Dirane: “Olha aqui,
queremos fazer uma parceria, teu programa está muito bom”. Veio falar com o
Sérgio Zaffari D’Agostin, com a Márcia Zaffari, Leonel Bortoncello. E lá
tivemos uma reunião. Decidimos, depois de muita luta e muito arrojo,
transmitirmos do 15º andar, que não tem parede, é Porto Alegre toda ao fundo.
Está falando o entrevistado, lá está o Aeroporto Salgado Filho, com o avião
decolando, lá está o navio no rio Guaíba, mostrando a nossa Porto Alegre. E
para que fazer isso quando poderíamos fazer no estúdio? Para sermos diferentes
e para inovarmos. Aí, falamos com a Start Vídeo. Temos lá para gravar esse
programa, vejam vocês, um caminhão de externas, com 12 câmeras. São mais de
três mil metros de cabo para levarmos até o 15º andar a gravação desse
programa. São oito sets de gravação.
É um programa que está “emplacando” e que vai dar certo. Porque tudo o que eu
faço é com amor, desde o Programa na Rádio Cruz Alta aos domingos, às onze
horas da noite, que eu fazia com o maior amor do mundo. Eu acreditava que cada
um que estava me ouvindo... Eu fazia com a maior dedicação, carinho,
acreditando. Tem que acreditar no que se faz, e as coisas brotam e começam a
aparecer. E não existe sorte. Quer saber o que é sorte? Pergunte para um
fracassado. “Aquele tem sorte!” Sorte é trabalho, é luta, é dedicação. O que
muito me empolgou aqui foram os Vereadores que destacaram a minha integridade
moral, a maneira como eu trato as pessoas, a minha seriedade, porque quando fui
Presidente da TVE eu sofri muitos ataques – e aqui está o Dr. Ederon e Fang –
porque, simplesmente, eu trabalhava num cargo público. O que eu recebi como
recompensa? Acusações sem o menor fundamento porque queriam derrubar a TVE.
Acabei saindo; mas da TVE, quando saí, saí bem, mas tentaram manchar a minha
honra. Tivemos alguns processos e eu disse: "Me ataquem no que quiserem,
menos na minha honra e na minha dignidade!" Todos os que negociaram
comigo, todos os que me conhecem sabem que o que eu tenho é caráter, respeito
ao próximo, e, acima de tudo, honestidade - que aprendi com meu pai. Então isso
pesa muito para mim, e acredito que muitas coisas ainda virão, porque eu estou
começando. E este troféu, que não é meu, mas de todos os que me acompanham, irá
me incentivar, me alavancar para chegar aos mais altos cimos da vitória. Eu
retrato aqui a presença, que muito me honra, do Presidente da Associação
Riograndense de Imprensa, jornalista Erci Torma, que está há um bom tempo em
pé, nos prestigiando. Muito obrigado. Então, muitas coisas vêm, e o importante
é estar de bem com a vida, como disse o Vereador: "Parece que está sempre
alegre." O maior problema é não ter problemas; pois quem não tem problemas
não existe - problemas são para serem solucionados. E, depois, para saber que
existe o bom, só passando pelo ruim. Obrigado aos inúmeros colegas que aqui
estão, que não vou nem citar, porque são tantos... Está ali o Alexandro, está
ali a Maria do Carmo, enfim, todos os que aqui estão. Eu fico emocionado.
Desculpem, mas eu, Coronel, não sei agradecer, eu sei é tentar entrevistar.
Obrigado a todos. Espero retribuir esse troféu. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): De todos os
pronunciamentos, duas coisas se destacaram: a beleza interior e a garra. Pois
com essa beleza interior e garra, os nossos quatro homenageados de hoje
continuarão servindo à nossa amada Porto Alegre. E eu tenho a certeza de que o
farão com sucesso e cada vez com muito mais amor. Encaminhamo-nos para o
encerramento, agradecendo a presença de todos, pelos momentos maravilhosos que
fizeram esta Casa viver com as suas presenças, agradecendo especialmente aos
nossos homenageados, que, na verdade, homenagearam a Casa do Povo de Porto
Alegre. Neste momento convidamos todos os presentes a ouvirmos o Hino
Rio-Grandense.
(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)
Damos por encerrada a presente Sessão
Solene. Saúde e paz!
(Encerra-se a Sessão às 21h22min.)
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